Atualmente, no Brasil, existem cerca de oito milhões de pessoas com daltonismo (Hospital Brasileiro da Visão) e é impossível falar de acessibilidade e cor sem relacionar com essa anomalia. Portanto, de que forma isso pode impactar a relação desses com o espaço que convivem desde suas casas até o meio urbano em que se inserem?
A nossa percepção de iluminação é dada pelos bastonetes, e a cor, pelos três tipos de cones especializados em reconhecer o azul, vermelho e verde – e por fim dando origem de todo o espectro de cores visíveis. Assim, o daltonismo é resultado de uma anomalia genética que atinge um ou mais dos cones, limitando assim o espectro de cores visíveis, sendo o mais comum o que limita o discernimento da cor verde.
A distinção entre verde e vermelho é bem complicada para um daltônico, e por descaso, justamente as cores ditas universais para sinalização de certo ou errado, vai ou para. As principais barreiras vividas por um daltônico dentro da cidade é justamente essa relação de sinalização de placas, anúncios, levantando assim algumas boas práticas. A primeira delas é não confiar apenas nas cores para transmitir uma informação, usando também ícones e principalmente textos.
Nesse contexto as cores análogas não são indicadas, por mais que se encaixem perfeitamente num design minimalista, sendo uma tortura para os usuários. Assim, a segunda dica, é garantir um mínimo de contraste é o básico para permitir uma melhor percepção de cores entre os usuários.
A imagem da esquerda mostra exemplos de cores análogas e a direita exemplos de cores complementares.
Outro ambiente que apresenta barreiras aos daltônicos, são os ambientes internos, que quando interligados com projetos de interiores, podem proporcionar uma melhor relação, conforto em percepção das cores e o efeito que as cores provocam. Podendo assim estabelecer elementos que merecem destaques realizando essa através da cor e mantendo a sobriedade com cores em tons de cinza.
O arquiteto tem função primordial nesses projetos, uma vez que pode proporcionar das mais diversas sensações e estabelecendo assim ambientes melhores e mais inclusivos.